sexta-feira, 20 de maio de 2011


"Me falta imaginação - você me diz.
Não. Me falta a linguagem.
A linguagem para clarificar
minha resistência às letradas.
As palavras são uma guerra para mim.
Ameaçam minha família.

Para ganhar a palavra
para descrever a perda
tomo o risco de perder tudo.

Poderei criar um monstro
o corpo e a extensão da palavra
enchendo-se de cores e emocionante
ameaçando à minha mãe, caracterizada.
Sua voz na distância
analfabeta ininteligível
.
Estas são as palavras de um monstro"

-Cherríe Moraga, It's the Poverty (É a pobreza) de Loving in the War Years (Amando Durante os Anos de Guerra). Boston: South End Press, 1983.
"Você está bem. Você está empregada", Lorna Simpson.

Quando feministas tomam conta dos homens (versão corrigida)

12 de maio de 2006 por Heart.

Feministas tomam conta de homens (e em realidade, do mundo como foi criado e vislumbrado por estes):


1. Quando elas dão mais crédito ou dão mais valor para o que é falado por um feminista que nasceu homem do que o que é dito por uma feminista que nasceu mulher - assim como faz o patriarcado.

2. Quando questões específicas daquelas nascidas mulheres são de menor significância, preocupação ou importância do que as questões daqueles nascidos homens - assim como isso é verdadeiro para as instituições patriarcais;

3. Quando elas escolhem alianças com auto-identificados homnes feministas ou pró-feministas acima de alianças com mulheres feministas.

3. Quando elas falham em valorar, defender e proteger espaços reservados especialmente para a recuperação, contrução de comunidade e libertação daquelas nascidas mulheres e marginalizam mulheres dedicadas à isso.

5. Quando elas falham em distinguir entre essencialismo biológico e o processo contínuo de desvelamento, reflexão e interrogação sobre opressões únicas e específicas daquelas nascidas mulheres sob uma heterosupremacia masculina.

6. Quando elas marginalizam, silenciam ou atacam mulheres que devotam elas mesmas às questões e preocupações daquelas nascidas mulheres, assim como o patriarcado faz;

7. Quando elas defendem e protegem a produção de pornografia, a prostituição e o tráfico de mulheres (que aliás elas deverão chamar por outro nome, assim como o patriarcado costuma fazer).

8. Quando elas vêem as noções de sororidade e solidariedade entre mulheres como antiquadas, passadas e retrôs e não protegem e defendem as comunidades de mulheres, lésbicas em particular;

9. Quando elas participam da contínua omissão do "L" em "GLBT" (QDA).*

10. Quando elas não vêem qualquer problema com liderança masculina e/ou cooptação de organizações feministas, instituições, eventos e estudos e ignoram, silenciam e atacam mulheres feministas que se opôem à lideranças masculinas e envolvimentos masculinos.

11. Quando elas endossam e apoiam a suplantação dos programas, instituições e recursos de "Women's Studies" (Estudos Feministas) por programas instituições e recursos dos "Estudos de Gênero".

12. Quando elas falham em reconhecem e advogar vigorosamente por e por orientar jovens mulheres nascidas mulheres e ao invés disso encorajam e advogam aqueles nascidos homens. **

13. Quando elas minimizam a significância e importância do separatismo lésbico, separatismo do feminismo radical, e comunidades separatistas de mulheres em geral, sua importância para a libertação de mulheres, e ao invés disso participam em sua perseguição e eliminação.

14. Quando elas usam a expressão "... o que há entre suas pernas" de forma a minimizar ou eliminar a significância e sentido das experiências daquelas nascidas mulheres sob uma supremacia masculina.

***

15. Quando elas rejeitam, silenciam ou eliminam as vidas de feministas e mulheristas que são anciãs e falham em respeitar, honrar e defendê-las quando necessário; **** 16. Quando elas falham em reconhecer que mulheres são um povo colonizado;

17. Quando elas falham em investigam e iluminar os mecanismos, dinâmicas, e histórias da colonização física, emocional, espiritual e histórica e a subordinação daquelas nascidas mulheres por aqueles nascidos homens;

18. Quando elas desmerecem ou minimizam a importância da cultura de mulheres;

19. Quando elas participam de divisionismos entre mulheres feministas que são causadas de um modo permanente por auto-identificados homens feministas.

20. Quando elas são lesbofóbicas, separatistas fóbicas, e radfem fóbicas.

retirado de: http://womensspace.wordpress.com/2006/05/12/all-the-ways-feminists-take-care-of-men-1/


NOTAS:

* Não achei o significado de QDA, mas acredito que tenha alguma coisa haver com queer e essas siglas que pretensamente criticariam o imperialismo das políticas e identidades LGBTs, mas que não passam duma nova versão do imperialismo sexual.

** Como isso rooooola nos Estudos de Gênero! Essas carreiristas da academia amam homens. E daí justificam seu machismo usando Judith Butler ou Rubin pra dizer que gênero não existe e que isso não importa. Alguma semelhança com quem diz que quem fala em raça é racista quando acusam feministas de sexista?

*** Ou seja, essas charopadas do gênero que qualquer minuto que falarmos em mulheres vão falar que "não importa o que está entre suas pernas", ou que não é o que está entre as pernas que importa ou faz você mulher e etc, daí vão fazer suas oficinas com seus namorados sobre como não importa o gênero, argumento falacioso pra desmoralizar todo momento que feministas levantam uma discussão sobre nossas experiências no patriarcado com base nas novas retóricas e ilusões liberais.

**** Ou seja, as queerpomo que vem falar que as feministas radicais são um bando de velhas acabadas e que isso é antigo e fora de moda.

***** Comentários livres. :) Tradução refeita por conta duma versão nojenta de mal-feita e sem sentido que se encontra em http://hysterocracya.blogspot.com.

imagem acima: Barbara Kruger, "Nós não precisamos de mais um herói".

também dispenso os heróis ainda mais os que vem com o rótulo de libertários e anti-sexistas. :)


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Dilema do Homem Branco - A procura do que deve ser destruído - Maria Mies

Extraído do livro "Ecofeminismo" escrito por Vandana Shiva e Maria Mies, fala da relação entre impacto ambiental e a política sexual que vitimiza e extrai os corpos das mulheres, da relação entre consumo, corpo, impacto ambiental, e de como os novos movimentos de mulheres se organizam em torno da questão de meio ambiente, no caso abordado no ensaio, a catástrofe de Tchernobil.

Baixar em: http://www.scribd.com/doc/48940704/O-Dilema-do-Homem-Branco-A-procura-do-que-deve-ser-destruido-Maria-Mies

Manifesto do Rio Combahee - Uma Declaração Negra Feminista 1977 (espanhol)

baixar em : http://www.scribd.com/doc/48939718/manifiesto-rio-combahee-uma-declaracion-negra-feminista-1977

Clássico escrito de um coletivo de lésbicas negras feministas nos Estados Unidos nos anos 70. Dá uma definição do que sejam as políticas de identidade, fala da inseparabilidade dos aspectos de classe, raça, sexismo, homofobia na experiência das mulheres negras, e a dificuldade de auto-organização quando se encontram em contextos marcados por essas variáveis.